sábado, 22 de setembro de 2012

ALAGOAS – POR QUE COLUNISTAS NÃO DEBATEM AS NOSSAS MALEZAS E NOMINAM OS SEUS RESPONSÁVEIS?


Recentemente, em Jirau do Ponciano, onde vive e convive a minha mamãe, participava de mais uma preparação para a realização de mais uma edição do Sobam (Seminário sobre Orçamento e Balanço Municipais), após as eleições municipais de outubro.
Dentre outros, um tema será “Estender a Toda a Sociedade a Luta pela Democratização e Produção da Comunicação”.  
Durante as falas sobre a necessidade de universalizar a compreensão sobre o tema, alguém pergunta o porquê de os colunistas de jornais alagoanos praticamente não escrevem sobre as malezas alagoanas e principalmente sobre os seus produtores e responsáveis.
Esses colunistas quase sempre escrevem nas páginas de “Opinião” e focam temas variados, mas quase sempre de forte substrato político ou mesmo só eleitoral. Percebi a surpresa de algumas pessoas presentes e constatei que a maioria nunca leu alguns desses colunistas. Até alguns que eu os considero dos mais importantes, na dimensão da evolução dos direitos humanos.
Realmente, a grande maioria dos escritos desses colunistas foge do debate sobre as questões alagoanas. Silenciam totalmente sobre quem são os produtores das malezas e os responsáveis sobre os péssimos índices das políticas públicas. Os jornais alagoanos, além de trazerem notícias produzidas por conhecidas e distantes fontes, publicam sempre artigos que tratam de algo “de fora” ou de temas alheios à problemática alagoana, bem como são blindantes quanto a divulgarem os nomes dos responsáveis, permitindo até que estes façam forte discurso contra as malezas e tudo continua.
Reflexivamente, provoquei: “Por que eles fazem isso?”
A resposta da professora presente foi certeira e surpreendeu-me. Em escrito - o mais verdadeiro que a memória permite - reproduzo-a, “Porque esses colunistas são escolarizados e muitos deles os próprios responsáveis sobre os tais índices; também compõem a elite alagoana e muitos vivem à custa do dinheiro público estadual e municipal alagoanos, e por serem amigos, eleitores e correligionários dos causadores das malezas, produzem desonestidade ética e ficam constrangidos em dar nome aos bois.”
A questão e a resposta focadas são fatos. Algo verdadeiro, podendo ser constatado por todos e todas que leem os artigos. Realmente preferem escrever sobre a bem distante realidade alagoana e assim omitir os nomes dos responsáveis pela mesma.
E, portanto, nada a mudar!
No entanto, a resposta da professora de Geografia deixa-nos uma completa reflexão e a permanente necessidade de perceber o esperançar no amanhã talvez, diria algum poeta.

>José Paulo do Bomfimreside em São Sebastião e trabalha em Santana do Ipanema; como voluntário, facilita o Curso de Noções sobre Direito Previdenciário e Direito Assistencial; texto escrito em 8-9-2012.

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