terça-feira, 19 de novembro de 2019

14ºCom - VALORES DOS CRÉDITOS ADICIONAIS


SINALIZAM IRREGULARIDADES NAS CONTAS DA SAÚDE, EM 2014, MOTIVO POR QUE FORAM REJEITADAS.


Continuando matéria anterior, publicada em (http://onguedeolho.blogspot.com.br/2015/05/saosebastiao2015-parte3-sinais-de.html), sobre a prestação de contas da saúde de 2014. Passa-se ao debate sobre o conjunto de possíveis irregularidades nos gastos dos dinheiros da saúde de 2014. As irregularidades abrangem os montantes e os percentuais dos créditos adicionais.  


 


As leis de créditos adicionais suplementares (LMCAS) são necessárias quando o orçamento fixou o valor de um gasto. Mas o valor anteriormente determinado não deu para pagar a respectiva despesa, precisando-se de mais dinheiro. Eis a lição da Lei Nacional nº4.320-1964.


 


Pelas informações colhidas de alguns conselheiros estaduais de saúde e no Ministério da Saúde, em Maceió, a rejeição das contas da saúde por um Conselho Municipal é algo inédito em Alagoas. Apesar de ser comum ouvir que os dinheiros são desviados e de muita gente criticar os conselhos por essa real conivência com as gestões fraudulentas ou mesmo a omissão de cada conselheiro ou conselheira.


 


“A rejeição deixa muita gente atônita e sem saber o que fazer”, disse-nos uma das pessoas do Conselho Estadual de Saúde (CES), quando indagada quais as providências seriam necessárias para se solicita a realização de um parecer jurídico-contábil ou mesmo uma auditoria nas contas da saúde.


 


A seguir a tabela com irregularidades apontaas. Observe os absurdos percentuais de cada suplementação. Se não for outra coisa “cabeluda”, é muito desplanejamento! E olhe que foi criada uma Secretaria Municipal de Planejamento (Semplan), que, em 2013. Essa tal Secretaria custou à empobrecida população R$589.212,00, segundo a Lei Municipal nº412, de 15 de janeiro de 2013. Um gasto muito superior aos das pessoas idosas, adolescentes e com deficiência.  



despesas

Valor inicial  aprovado

CAS de 40% aprovado

Gasto  informado

no balancete

Percentual dos CASs no balancete

Se não houver cada LCAS, confirmam as irregularidades

Diárias de Pessoal Civil

17.300,00

6.920 ,00

82.318,60

1.189,58%

Existe a LMCAS?

Despesas Exerc. Anterior

31.636,00

12.654,40

41.401,00

327,17%

Existe a LMCAS?

Vencimentos e Vantagens

1.459.980,00

583.992,00

1.497.320,34

256,39%

Existe a LMCAS?

Material Permanente

47.950,00

19.180,00

70.000,00

364,96%

Existe a LMCAS?

Contrato Determinado

495.279,00

198.111,60

1.827.430,59

922,42%

Existe a LMCAS?

Obras e Instalações

60.000,00

24.000,00

139.563.67

232,61%

Existe a LMCAS?

Serviços Pessoa Física

300.079,00

120.031,60

831.616,42

692,83%

Existe a LMCAS?

Serviços Pessoa Jurídica

177.600,00

71.040,00

113.339,45

159,54%

Existe a LMCAS?

Material de Consumo

16.600,00

6.640,00

25.000,00

376,51%

Existe a LMCAS?

Hospitalar - Samu

160.000,00

64.000,00

146.658,73

229,15%

Existe a LMCAS?


 


Eis mais uma pequena amostra de indícios de irregularidades existentes. Se a administração não comprovar a aprovação, sanção, promulgação e publicação das leis de créditos adicionais as irregularidades estarão confirmadas. Percentuais de CAS de 40% passar para os percentuais que você acabou de lê, pode?


 


Os vereadores aprovaram isso?


 


Bem... Só um real parecer contábil-jurídico ou a auditoria a ser realizada esclarecerá isso. Daí a necessidade do parecer contábil-jurídico ou mesmo a auditoria só pode ser feita após um contador e um advogado ou mesmo os dois terem acesso à documentação que dá origem às informações dos balancetes.


 


Como a gestão municipal não pratica a transparência administrativa, violando toda a legislação que a impõe, inclusive a Recomendação Conjunta dos segmentos do Ministério Público, a sociedade e os próprios conselheiros e conselheiras não têm acesso à documentação municipal.


 


As irregularidades formais e matérias explicitadas na parte1 dessa análise sobre as contas da saúde de 2014 (http://onguedeolho.blogspot.com.br/2015/06/saosebastiao2015-parte1-irregularidades.html). Estas aqui focadas decorrem da inexistência de leis adicionais. Os valores de dotações foram fixados em um montante. Os 40% do crédito adicional suplementar foram aprovados “automaticamente” pela maioria dos 13 vereadores. Mas, nos balancetes, os valores resultaram em montantes muito superiores.


 


No entender da Ongue e do Conselheiro Municipal de Controle Social subscritor das análise, a falta das LCAS é uma irregularidade que levou à rejeição das contas. A decisão não deve ser reapreciada enquanto a administração não fornecer a integral documentação para a elaboração do parecer contábil-jurídico ou da auditoria, que comprove a correção dos gastos efetuados. Este texto continuana parte6.


 


> Produção: Ongue de Olho em São Sebastião


Contatos – Imeio: ongdeolhoss@bol.com.br – Blogue: onguedeolho.blogspot.com


Redação: Paulo Bomfim – Conselheiro de Controle Social em São Sebastião 

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