sábado, 24 de março de 2012

Motivo do empobrecimento - NOVENTA E CINCO POR CENTO DOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS TÊM PÉSSIMA ADMINISTRAÇÃO DIZ ESTUDO.

A página da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) na internete informa que noventa e cinco por cento dos municípios Alagoanos têm péssimas administrações.
São essas péssimas administrações que geram e produzem esse forte grau de empobrecimento em que vive e convive a população alagoana.
Pelo estudo chamado Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF), Piaçabuçu é o município pior administrado, em Alagoas e o penúltimo do Brasil. Barra de São Miguel, também na região Sul do Estado, é a melhor gestão.
Segundo o professor da Universidade Federal de Alagoas, Ednaldo Marques, os municípios são administrados por pessoas com pouco conhecimento geral e técnico, e administram de forma improvisada.
Além do desconhecimento dos reais problemas da população, as gestões são conhecidas pela real falta de compromisso com a resolução das questões sociais. Mesmo pequenos problemas não têm a devida atenção e solução por parte dos prefeitos e das prefeitas.
O professor Ednaldo afirma que as péssimas gestões são o que geram os péssimos índices sociais de Alagoas. “Não faltam recursos, falta competência de quem ocupa os cargos para corrigir os problemas”, conclui.
Em muitos municípios a Firjan sequer conseguiu as informações para produzir o índice, dentre eles Palestina, Craíbas, Estrela de Alagoas e Campo Grande onde o Fórum de Controle de Contas Pública em Alagoas (Foccopa) tem atuado e denunciado a completa falta de transparência administrativa.
No entender do Foccopa, para além do desconhecimento geral-técnico e do descompromisso para com a população, fator que agrava o grau de empobrecimento é a tão falada corrupção e ainda a forte impunidade que reina.
Em São Sebastião, por exemplo, a Ongue de Olho em São Sebastião fiscalizou e constatou a inexistência – a fraudede uma licitação para contratar 5 mil horas de trator de esteira para comprimir ou compactar o pequeno lixo produzido por aquele Município.
Segundo empresas e tratoristas experientes consultados pela Ongue, com menos de 200 “horas-trator” seria bem resolvido o problema do “lixão”. O fato foi denunciado ao Ministério Público Estadual naquela Comarca e ao Ministério Público de Contas de Alagoas.
A seguir você pode ler matéria produzida pela assessoria de imprensa da Firjan: “ÍNDICE DA FIRJAN DIZ QUE MAIS DE 95% DOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS TÊM PÉSSIMA GESTÃO

A maioria dos municípios do estado de Alagoas foi avaliada com situação difícil ou crítica no que diz respeito à eficiência na gestão orçamentária das prefeituras. É o caso de 87 cidades alagoanas (95,6% dos 91 municípios investigados). Entre os 500 piores resultados do país, 20 municípios são do estado. Os dados são do IFGF (Índice FIRJAN de Gestão Fiscal), criado pelo Sistema FIRJAN para avaliar a qualidade de gestão fiscal dos municípios brasileiros.
Com periodicidade anual e em sua primeira edição e, o IFGF traz dados de 2010 e informações comparativas com os anos de 2006 até 2009. O estudo é elaborado exclusivamente com dados oficiais, declarados pelos próprios municípios à Secretaria do Tesouro Nacional.
O indicador considera cinco quesitos: IFGF Receita Própria, referente à capacidade de arrecadação de cada município; IFGF Gasto com Pessoal, que representa quanto os municípios gastam com pagamento de pessoal, medindo o grau de rigidez do orçamento; IFGF Liquidez, responsável por verificar a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os ativos financeiros disponíveis para cobri-los no exercício seguinte; IFGF Investimentos, que acompanha o total de investimentos em relação à receita líquida, e, por último, o IFGF Custo da Dívida, que avalia o comprometimento do orçamento com o pagamento de juros e amortizações de empréstimos contraídos em exercícios anteriores.
Os quatro primeiros têm peso de 22,5% sobre o resultado final. O IFGF Custo da Dívida, por sua vez, tem peso de 10%, por conta do baixo grau de endividamento dos municípios brasileiros. O índice varia entre 0 e 1, quanto maior, melhor é a gestão fiscal do município. Cada cidade é classificada com conceitos A (Gestão de Excelência, acima de 0,8001 pontos), B (Boa Gestão, entre 0,6001 e 0,8), C (Gestão em Dificuldade, entre 0,4001 e 0,6) ou D (Gestão Crítica, inferiores a 0,4 pontos).
O quadro negativo dos municípios alagoanos se deve à baixa arrecadação própria, ao baixo nível de investimentos e ao excessivo comprometimento do orçamento com a folha de pagamentos do funcionalismo municipal. De fato, a baixa média no IFGF Gastos com Pessoal (0,4185) e no IFGF Investimentos (0,3433), a pior do Brasil, confirmam o diagnóstico. A situação da gestão fiscal não foi diferente: com exceção dos quatro primeiros colocados, todos os outros municípios apresentaram gestão crítica, ou seja, conceito D.
Em 20º lugar entre as capitais e 1.967º no ranking brasileiro, Maceió (0,5968) apresentou uma gestão fiscal difícil. E, mais uma vez, o baixo nível de investimentos e o elevado custo da dívida foram os principais motivos deste resultado. O município Palmeira dos Índios com índice de 0,3086 integrou, inclusive, o ranking dos 500 piores resultados nacionais.
No topo do ranking estadual, os dez melhores municípios são, em ordem do primeiro para o décimo colocado: Barra de São Miguel (0,8315); Porto de Pedras (0,6579); Coruripe (0,6261); Jequiá da Praia (0,6121); Maceió (0,5968); Arapiraca (0,5832); Marechal Deodoro (0,5745); Paulo Jacinto (0,5744); Carneiros (0,5736) e São Miguel dos Milagres (0,5464).
O município de Barra de São Miguel, primeiro lugar no ranking estadual, foi o 42º colocado no ranking nacional. A cidade foi a única a obter o conceito A, ou seja, gestão excelente, conquistada ao bom desempenho em todos os indicadores, sobretudo, nos IFGFs Investimentos e Liquidez, ambos com notas máximas. Já Paulo Jacinto e São Miguel dos Milagres, em oitavo e décimo lugares, se destacaram pela nota máxima no índice Liquidez.
Na outra ponta do ranking, os dez piores resultados, são: São José da Tapera (0,2234); Colônia Leopoldina (0,2130); Joaquim Gomes (0,2115); Inhapi (0,1883); Passo de Camaragibe (0,1564); Jundiá (0,1563); Campestre (0,1506); Matriz de Camaragibe (0,1491); Pindoba (0,1211) e Piaçabuçu (0,0866).
Os problemas dos dez piores foram generalizados: sete ficaram entre os 100 piores do país. Destacam-se os nove zeros obtidos no IFGF Gastos com Pessoal e os seis zeros em IFGF Liquidez. Isso quer dizer que nove municípios superaram o limite da meta estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal para gastos com funcionalismo (60% da receita) e seis municípios fecharam o ano com mais restos a pagar do que recursos em caixa. A cidade de Piaçabuçu foi avaliada com índice 0,0866, isto é, conceito D (difícil) em todos os indicadores, ficando com a penúltima colocação no ranking brasileiro.
Em sua estreia, o IFGF avaliou 5.266 cidades brasileiras, onde vive 96% da população. Dos 5.565 municípios do país, 297 não apresentaram seus dados fiscais ao Tesouro Nacional até o fechamento do trabalho, em setembro do ano passado ¬– isso apesar de o prazo oficial do Tesouro terminar em junho. São 43 municípios da Bahia, 34 do Pará, 33 de Minas Gerais, 29 do Piauí, 23 do Maranhão, 22 de Goiás, além de 113 de outros 19 estados brasileiros.
No caso de Alagoas, não estavam disponíveis na base de dados da Secretaria do Tesouro Nacional os dados de oito municípios: Belém, Campo Grande, Craíbas, Estrela de Alagoas, Japaratinga, Maragogi, Mata Grande, Novo Lino, Palestina, Santana do Mundaú e São Luís do Quitunde.”

Texto: 1ª parte – escrito por Paulo Bomfim, integrante da Ongue e do Foccopa – fcopal@bol.com.br – www.fcopal.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário