domingo, 12 de outubro de 2014

Alagoas2014-GREVE DE PREFEITOS, ALÉM DE ATO CRIMINOSO, É FORTE DESRESPEITO À POPULAÇÃO, ATÉ PORQUE NÃO MOSTRAM COMO GASTAM E COM QUEM OS DINHEIROS MUNICIPAIS



Na manhã de ontem fomos surpreendidos pelo noticiário de que haverá greve de prefeitos nessa semana. Para justificar essa atitude criminosa, diversos prefeitos inovam e praticam uma neoretórica, ao contrário da retórica anterior.

Anteriormente, diziam a todos os pulmões que o dinheiro do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) havia diminuído, mas dando a entender que todos os dinheiros municipais haviam diminuído. Jamais mostraram os valores e quais são todos eles. Retórica que as comparações sérias desmentiam, como as diversas matérias divulgadas por este Foccopa.

Agora parecem que tentar inovar e criam uma, diga-se, neoretórica. Passam a  afirmar que os dinheiros até aumentam, mas não dão para pagar as contas municipais. Mas... Realmente quais contas seriam?

Em razão de supostamente os dinheiros municipais não pagarem todas as despesas municipais, anunciam que farão uma... Greve!?

Sem outra palavra, uma desonestidade para com a população em geral e para com o seu próprio eleitor, se este não for beneficiado às escondidas.

Poderiam, sim, como atos preparatórios para o movimento grevista, implementar os portais de transparência e divulgarem à população todas as espécies de gastos que fazem. Ou seriam muito difícil dizerem com quem gastaram os dinheiros, para que, com que e como etc.?

Este Foccopa, então, aproveita a oportunidade e vem a público alertar e dizer para a empobrecida população alagoana não se deixar ludibriar.

A seguir leia o comentário que este Foccopa fez em uma das matérias do jornalista Edivaldo Júnior, bem como a própria matéria e tire as suas conclusões. Aliás – deve-se registrar – este jornalista é um dos que tem informado os valores dos dinheiros públicos, possibilitando à sociedade fazer os mais diversos questionamentos.

Edivaldo,
bom dia!

Em nome do Fórum de Controle de Contas Públicas, parabéns pela matéria. Em especial quando enfatiza que o FPM aumentou, considerando-se os mesmos períodos de 2013 e de 2014, desmentindo a anterior retórica de prefeitos e da Ama que dizem (ou diziam) que o dinheiro diminuiu ou essa "neoretórica", que informa que os dinheiros apesar de aumentarem não dão para pagar as despesas. Em cada Prefeitura e em cada Câmara Municipal, como também na casa de cada um de nós.
No entanto, gostaríamos de ressaltar que as gestões cometem crime, quando, no particular, descumprem a legislação da transparência administrativa e não informam à população como, quando, com quem e onde gastam todos os dinheiros municipais.
Além do descumprimento da legislação já mencionado, também descumprem uma "Recomendação Conjunta" de várias instituições fiscalizadoras para que criem ou atualizem os respectivos portais de transparência.
Vale consignar a elogiosa atuação de determinadas promotorias de justiça em várias Comarcas, e a fortíssima omissão ou convivência do Tribunal de Contas Estadual, quanto ao parecer prévio sobre as contas de governo de cada município e quanto ao julgamento das contas de gestão, concernentes a institutos previdenciários (um dos novos focos de corrupção) e de outros órgãos municipais, como os de cada Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), e as contas da Mesa Diretora de cada Câmara Municipal.
Cabe solicitar ao TCE-AL também uma explicação dos motivos por que em muitos municípios a escuridão reinar, especialmente em povoados, mesmo pagando-se um valor absurdamente alto da Contribuição para Manutenção dos Serviços de (des)Iluminação Pública (Cosip), que foi criada e é cobrada com fundamento de manter-se tudo às claras, como no caso de São Sebastião.
Este Foccopa, alerta as demais outras autoridades, que a tal greve de prefeitos, se vier pratica de ato criminoso e deve ser responsabilizado no conjunto da apuração das práticas de intransparência administrativa.
Assim, este Foccopa, espera ter contribuído para esse importante debate que você levantou.
Atenciosamente,
Paulo Bomfim
Para chamar a atenção, para tentar sensibilizar o governo federal e também para mostrar a população que a situação financeira das prefeituras é grave, vários prefeitos de Alagoas decidiram fazer um dia de “greve”.
Várias prefeituras de Alagoas serão fechadas, literalmente, na próxima quarta-feira, 15. O que os prefeitos querem é pressionar o governo federal a aumentar os repasses de recursos – o que não deve acontecer mais esse ano.
O prefeito de Pão de Açúcar e presidente da Associação dos Municípios Alagoanos, Jorge  Dantas, também aderiu ao protesto e diz que o objetivo  é “chamarem atenção para o que está acontecendo”.
Apesar do ‘mensalinho’ em algumas prefeituras, os municípios enfrentam dificuldades financeiras reais e crescentes. As despesas aumentam numa proporção maior do que a receita. Se fossem empresas, quebravam.
A situação é mais grave nas cidades menores de regiões mais pobres do Brasil, que dependem basicamente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para pagar todas as suas contas.
No segundo semestre do ano a grita sempre aumenta. Isso porque o maior volume de recursos é repassado nos primeiros meses do ano.
Mas é importante resaltar que os valores do FPM repassados para as prefeituras tem aumentando, na média, acima da inflação, como mostra levantamento dos valores (veja tabela abaixo) feito pela própria CNM, confederação que representa os municípios:
“Com este novo repasse (feito nesta sexta-feira, 10), no acumulado de 2014 o FPM apresenta crescimento de 4,3%, em termos reais, somando R$ 61,129 bilhões, enquanto que no mesmo período do ano anterior o acumulado ficou em R$ 58,591 bilhões.
Na última projeção da Receita Federal, feita no começo do mês passado (11 de setembro) para o repasse total do mês de outubro, é de aumento de 2% em relação ao mês de setembro. Mas conforme percebido na série histórica do FPM, esse 1º decêndio de outubro de 2014, está menor em 13,85 % se comparado com o 1º decêndio de setembro de 2014 a CNM lembra os gestores municipais que tenham prudência para enfrentar este mês”, diz a CNM.
Descrição: SOS-MUNICIPIOS-BAHIA-300x131
Em nota a AMA comunica a “‘greve” dos prefeitos. Veja o texto:
Prefeitos fecham prefeituras por queda do FPM
 Vários prefeitos de Alagoas estão marcando para a próxima quarta-feira, dia 15, um dia de protesto com o fechamento das prefeituras. O movimento se justifica pelas constantes quedas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) “O fechamento é uma forma das prefeituras chamarem atenção para o que está acontecendo”, diz o presidente da AMA, Jorge Dantas, que também aderiu ao protesto.
No primeiro decênio de outubro houve uma queda de 13,85% se comparado ao mesmo período do mês anterior. “No mês passado o Tesouro Nacional divulgou a previsão do FPM para outubro sendo 2% maior que setembro, o que já era pouco, mas o realizado foi ainda pior”, afirmou Dantas.
Enquanto a arrecadação cai mês a mês, todos os custos municipais aumentam; do salário mínimo ao custo dos programas sociais. A carga de responsabilidade cresce numa proporção inversa sem uma solução a curto prazo.
Diante da situação drástica, os prefeitos alagoanos buscam soluções administrativas, que possam amenizar os efeitos dos cortes financeiros, a preocupação é com a possibilidade de não pagar a folha dos servidores em dia. Para isso, os prefeitos do Agreste vão se reunir essa semana em Arapiraca. “Nós do Agreste estamos elaborando um decreto uma decisão conjunta com várias medidas”, afirmou o prefeito José de Sena Netto, de Coité do Noia.
Descrição: fpm
Leia o texto completo da CNM neste link
Publicação:www.gazetaweb.com – 10-10-2014

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