No mês passado foi realizado em São Sebastião o 12ºCom (XII Curso de Noções sobre
Orçamento Municipal), no Cecusa (Centro Cultural Salomé). No evento foram debatidas
a construção ou a elaboração de cada orçamento municipal e a execução dele e
respectiva prestação de contas.
Na matéria anterior (http://fcopal.blogspot.com/2020/01/coruripe01-dinheiros-de-2018-foram.html) você leu quanto foi a
arrecadação total e o montante percápita de cada habitante de lá. Aqui, vamos
tratar de um tributo Municipal: Cosip.
Os municípios são separados por região e por vizinhança a um mais
importante, quanto ao “bolo” da arrecadação total anual. Na tabela abaixo, você
pode analisar quanto o seu e outros municípios dessa vizinhança arrecadaram de Cosip(Contribuição
sobre Serviços Municipais de Iluminação Pública), em 2018.
Ou, então, questionar o porquê da intransparência ou da falta de
prestação de contas específica e clara sobre o montante arrecadado, além de
diversos outros aspectos.
Município
|
Montante
|
Coruripe
|
1.105.421,17
|
Jequiá da Praia
|
Intransparência
|
Piaçabuçu
|
11.769,75
|
Teotônio Vilela
|
Inexistentes
|
Penedo
|
3.571.372,74
|
Roteiro
|
2.288,11
|
Feliz Deserto
|
175.518,92
|
São Miguel dos Campos
|
4.733.739,94
|
Campo Alegre
|
984.974,45
|
Quanto à prestação de contas da arrecadação própria, como nas
anteriores edições de cada Com, um dos temas mais debatidos foi a Cosip, em virtude do seu alto
custo e nem sempre da prestação do serviço correspondente, que seria uma boa
iluminação pública.
No entanto, em muitas situações, sequer iluminação pública existe,
de fato. Em rádios, jornais, portais e blogues ou em redes sociais ou em
conversas privadas, as reclamações aparecem constantemente, até mesmo quando
ela acontece com aliados de determinadas gestões municipais.
A Cosip é um tributo econômico direto, criado e cobrado pelo
município, após o prefeito e os vereadores aprovarem a respectiva lei
municipal. É um tributo municipal muito regressivo, pois atinge mais as
famílias empobrecidas do que as famílias remediadas ou mesmo ricas. No entanto,
muito vereadores que aprovaram o tributo foram reeleitos.
Algo bem estranho e que merece uma boa reflexão de todos e todas nós.
Muita gente que reclama desse tributo municipal, reelegeu o prefeito e
parlamentar que o criaram, sem maiores debates e explicações. E agora,
eleitor(a)?
Atenção, o tributo municipal não é criado e cobrado pela Ceal, como muita
gente pensa.
A cobrança municipal da Cosip é incluída na “conta de luz” em
razão de um convênio também aprovado pelo prefeito e pelos vereadores.
Basicamente, as razões para o convênio existir é evitar a sonegação e facilitar
a cobrança do tributo.
Analisadas a informações existentes no Siconfi (Sistema de
Informações Contábeis e Fiscais), as pessoas participantes do 12ºCom tiveram surpresas. Uma
delas foi a alta arrecadação da Cosip, que os municípios têm, mas que não é divulga
à sociedade e nem mesmo ao contribuinte municipal. Esse tributo, direto, eis o
seu aspecto positivo, é cobrado por cada município e pela sua câmara em alto
percentual, sem que haja atitude de combate à “extorsão” do contribuinte, como
disse um dos participantes.
Outras foram a intransparência que a maioria dos municípios demonstraram
praticar. “Por quê?”, eis a pergunta mais ouvida. Em determinadas DCAs (Declaração
de Contas Anual) há simplesmente a ausência dessa informação.
A veracidade do valor também é questionada. São valores bem altos ou até muito baixos, mas sem quaisquer explicações para a população. Por que município com mais famílias teria arrecadado menos? Existiria “alguma estranha montagem”? Bem, “talvez esses fatos já expliquem o porquê do empobrecimento da população que vive, convive e sobrevive” em cada região, disse um dos sindicalistas presentes.
Estranhou-se o Tribunal de Contas Estadual não publicizar essas
situações e não divulgar à sociedade cada parecer prévio sobre a prestação de contas
geral e sobre os dinheiros arrecadados e os gastos da Cosip. Estaria cada
prestação de contas correta?
Situações das mais estranhas são
Campo Alegre e Teotônio Vilela. Campo Alegre só tem a DCA de 2018 no Siconfi. Nenhuma
das outras informações há. Por quê? Será que aquela Câmara tem alguma
explicação?
Em Teotônio Vilela a situação piora.
Sequer as DCAs de 2018 e de 2017 existem no Siconfi e nem a prestação de contas
está à disposição da população na Secretaria Municipal de Finanças e nem na
Câmara Municipal, segundo informações colhidas de pessoas que residem naquele
Município. Por conseguinte, inexistem as informações contábeis e a
intransparência é total.
Por fim, o montante arrecadado com
a Cosip compõe a chamada arrecadação própria ou o com “recursos próprios” de
cada município.
>Produção: Fórum de Controle de Contas Públicas em Alagoas -
Foccopa-AL
Contatos - Imeio:fcopal@bol.com.br - Blogue: fcopal.blogspot.comRedação Paulo Bomfim - Coordenação do Foccopa
Fontes: Secretaria do Tesouro Nacional, Tribunal de Contas da União e Controladoria Geral da União
Datas: 12 de agosto (Dia Internacional das Juventudes) de 2019 e atualizado em 1º de dezembro (Dia Mundial de Luta Contra a AIDS) de 2019
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